Alexandre de Moraes teria pressionado BC em favor do Banco Master

Contatos foram feitos três vezes por telefone e uma vez presencialmente, diz jornal. Congressistas falam em CPI

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria procurado ao menos quatro vezes o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para interceder em favor do Banco Master, de Daniel Vorcaro.

Em uma das ocasiões, o encontro teria sido presencial. Nas outras três, a conversa teria ocorrido por telefone. A revelação é da colunista Malu Gaspar, em seu blog no jornal O Globo. Após a reportagem, congressistas já falam em coletar assinaturas para a abertura de uma CPI do Banco Master.

O Banco Master contratou, por R$ 129 milhões, o escritório Barci de Moraes Advogados, pertencente à mulher do ministro Alexandre de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes.

O contrato renderia ao escritório pagamentos de R$ 3 milhões mensais e incluía a defesa dos interesses do Banco Master em diversas instituições, inclusive o Congresso Nacional e o Banco Central.

Segundo as informações de Malu Gaspar, as ligações tinham como objetivo saber do andamento da operação de venda do Banco Master para o BRB.

Em julho deste ano, Moraes teria pedido um encontro com Galípolo e solicitado que o chefe do Banco Central aprovasse a operação com o BRB. Moraes teria dito que gostava de Vorcaro, segundo a apuração de Malu Gaspar.

Galípolo teria dito a Moraes que a autarquia, responsável pela regulação do sistema financeiro, já havia descoberto fraudes na operação do Master. Moraes teria concordado que, havendo fraude, seria inviável a operação de venda.

Após a publicação da reportagem, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) anunciou que coletará assinaturas para uma CPI sobre o assunto.

“Diante das novas revelações de que o Ministro do STF praticou advocacia administrativa junto ao Banco Central em favor do Banco Master, com quem sua esposa Viviane Barci de Moraes tem contrato de quase 130 milhões de reais, nossa responsabilidade como fiscais do poder público é inescapável”, escreveu ele.

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