Senador Weverton Rocha (PDT-MA) – Foto: Alexandre Amarante.
Rubens Costa recebeu procuração de “homem da confiança” do senador Weveton (PDT-MA) para movimentar dinheiro
A CPMI que investiga o roubo bilionário aos aposentados e pensionistas do INSS deve ouvir na segunda-feira (22), a partir das 16h, mais um sócio de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. Rubens Oliveira Costa havia sido convocado para depor como testemunha na quinta(18), mas não houve tempo. Convocado como testemunha, Rubens Costa enviou documento à CPMI argumentando que deveria ser convocado na condição de investigado, já que a sua prisão preventiva foi pedida pela CPMI. Trata-se de uma jogada: a condição de investigado daria garantias como o direito de ficar calado para não produzir provas contra si.
Ele terá de responder a questionamentos como suas relações com o “braço direito” ou “homem de confiança” do senador Weverton Rocha (PDT-MA), de quem recebeu uma procuração para movimentar dinheiro. O senador é do mesmo partido e tem ligações muito próximas ao ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, que perdeu o cargo após a primeira fase da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. Os investigadores também suspeitam que Rubens Costa seria o “homem da mala” do esquema, que faria pagamentos a políticos e autoridades.
Costa foi o antecessor de Milton Salvador de Almeida, no mesmo cargo de diretor financeiro das empresas de Antunes. Salvador prestou seu depoimento na CPMI na quinta à noite, negando qualquer vínculo societário com Antunes e se qualificando como mero prestador de serviços.
Alfedo Gaspar está convencido de que há vinculação direta de Rubens Oliveira Costa na farra do INSS, “sendo necessário que seja ouvido para que se entenda sua relação com os fatos investigados por esta Comissão Parlamentar Mista de Inquérito”, disse o relator no pedido.
No depoimento da quinta-feira, Salvador declarou ser apenas responsável pelo sistema de contas a pagar e contas a receber das empresas, emitindo e pagando as notas fiscais determinadas pelo Careca, no valor médio de R$10 milhões mensais. Alegou não ter conhecimento dos serviços prestados pelas empresas e não ter desconfiado do esquema criminoso.