Crédito – observador
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou nesta segunda-feira medidas que serão tomadas para resolver o problema demográfico da China, cuja população está a diminuir há três anos consecutivos.
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou nesta segunda-feira a implementação de políticas e subsídios para aumentar a taxa de natalidade e resolver o problema demográfico da China, cuja população está a diminuir há três anos consecutivos.
“Vamos desenvolver vigorosamente serviços integrados de cuidados infantis e jardins-de-infância”, disse Li, acrescentando que a “oferta de serviços inclusivos de cuidados infantis vai ser aumentada”.
Durante a leitura do relatório sobre o trabalho do Governo, Li Qiang, que fixou o objetivo de crescimento económico da China para 2025 em “cerca de 5%”, sublinhou a importância de “promover serviços de apoio comunitário ao domicílio” para os idosos e de “reforçar os cuidados para os dependentes”.
Estima-se que, em 2035, mais de 400 milhões de chineses terão mais de 60 anos, o que representa cerca de um terço da população, com o consequente impacto negativo na força de trabalho e na economia do país.
A China registou um declínio da população em 2022, 2023 e 2024, as primeiras contrações desde 1961, quando o número de habitantes diminuiu, em consequência do fracasso da política de industrialização do Grande Salto em Frente e da fome que se seguiu.
O país registou 9,54 milhões de nascimentos no ano passado, ligeiramente acima dos 9,02 milhões registados em 2023, o valor mais baixo desde 1949.
Apesar das várias políticas anunciadas pelas autoridades, tanto a nível local como nacional, para tentar criar uma “sociedade favorável à parentalidade”, os especialistas locais atribuíram o crescimento do número de nascimentos no ano passado ao facto de algumas famílias terem adiado os seus planos de parentalidade entre 2020 e 2022 devido à pandemia e ao efeito de 2024 ser o Ano do Dragão da China, considerado propício à maternidade.
Os delegados chineses na APN vão propor tornar a educação sexual obrigatória nas escolas, criar serviços para detetar doenças que afetam a fertilidade em adultos sem filhos e incorporar a vacina contra o cancro do colo do útero no sistema público, devido ao seu impacto na fertilidade feminina.
Outras propostas possíveis incluem o alargamento da cobertura de seguro para as técnicas de reprodução medicamente assistida, o prolongamento da licença de paternidade ou mesmo a redução da idade legal do casamento para 18 anos (atualmente 22 para os homens e 20 para as mulheres), bem como a eliminação das restrições ao número de filhos, fixado em três a partir de 2021.